Música, fotografia, vídeo e grafitagem marcam
Dia de solidariedade ao Povo Xukuru
A Rede de apoio ao Povo Xukuru, formada por várias instituições e pessoas solidárias aos indígenas com território no município de Pesqueira, realiza nestesábado (07 de agosto) ação político-cultural para dar visibilidade à luta dos Xukuru em busca da garantia de seus direitos e, ao mesmo tempo, contra a criminalização de suas lideranças. A programação do Dia de solidariedade ao Povo Xukuru acontece em Camaragibe e no Recife, com shows, projeção de fotografias, exibição de vídeos e grafitagem.
A programação começa às 14h em Camaragibe, com mutirão de grafitagem realizado pela Rede Resistência Solidaria e pelo Coletivo Mangue Crew. Às 17h30, ocorre o encerramento da "Mostra Vídeo Índio Brasil", promovida pelo Ponto de Cultura Tecer e Cineclube da Laia. Haverá exibição do longa-metragem de ficção “Terra Vermelha” (dir. Marcos Bechis) e do documentário "Transformaram a vítima em réu. Justiça ao Povo Xukuru", realizado pela própria Rede de apoio ao Povo Xukuru. Este último trata das perseguições e das tentativas de criminalização que os indígenas enfrentam há mais de uma década, por causa da reconquista do seu território, homologado em maio de 2001. Já “Terra Vermelha” aborda o conflito gerado pela disputa de terras entre os indígenas Kaiowá e fazendeiros, o que acaba provocando transformações na cultura, já que para os indígenas o território representa um patrimônio espiritual e a separação desse espaço causa males.
Após a exibição dos vídeos, o público poderá participar da Roda de Diálogo com o tema "Criminalização e Resistência do Povo Xukuru de Ororubá" com a participação de lideranças indígenas e integrantes da Rede de apoio ao Povo Xukuru.
A programação do Dia de solidariedade ao Povo Xukuru termina no Recife com a realização da Noite Xukuru, a partir das 20h30, com shows dos grupos Pirrila - Coco do Povo Xukuru de Ororubá, Pandeiro do Mestre, e de Adiel Luna e o Coco Camará, que terá participação da banda Casas Populares da BR 232. Todos/as artistas envolvidos/as farão as apresentações em solidariedade à causa indígena, sem pagamento de cachê.
No Pátio de São Pedro também haverá projeção de fotografias intitulada “Basta de criminalização”, com imagens produzidas pelo fotógrafo Mateus Sá, do coletivo Canal 03. As imagens documentam momentos do cotidiano, de assembléias indígenas, passeatas e cerimônias religiosas do Povo Xukuru. Além das fotografias, ainda terá sessão do documentário "Transformaram a vítima em réu. Justiça ao Povo Xukuru".
SOLIDARIEDADE
O Povo Xukuru vem recebendo apoio de diversas pessoas e instituições, como o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Centro de Cultura Luiz Freire (CCLF); Gabinete de Apoio Jurídico às Organizações Populares (Gajop), Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH); Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais (Abong); professores, pesquisadores e estudantes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e do Centro de Pesquisas Ageu Magalhães/FIOCRUZ; deputado federal Fernando Ferro, deputado estadual Isaltino Nascimento; vereador de Olinda e defensor de Direitos Humanos Marcelo Santa Cruz; Dom Pedro Casaldáliga; Bispo de Pesqueira Dom Francisco Biasin; Comissão Pastoral da Terra (CPT); Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP); Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil (FEAB); Movimento dos Atingidos Por Barragens (MAB); Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA); Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); e Pastoral da Juventude Rural (PJR).
Sobre o Coco de Toré Pandeiro do Mestre
Fundado em 2000 em Recife a partir de um projeto paralelo de integrantes da banda Chão e Chinelo, o "Coco de Toré Pandeiro do Mestre" toca um tipo de coco fortemente influenciado pela música dos rituais do "Toré" de etnias indígenas do Nordeste - Pankararu, Xukuru, Fulni-ô, Kapinawá, Xocó e Cariri-Xocó, e pela música de velhos e novos cirandeiros pernambucanos. O coco de toré também é conhecido como "toré-coco", "coco de tebei" e "samba de coco". O termo “coco de toré” é uma expressão antiga que tem registro em diários de campo de Luiz Saia, chefe da missão de pesquisas folclóricas idealizada por Mário de Andrade em 1938. O termo foi usado para indicar "um folguedo dançado em sentido anti-horário" como é no toré, "puxado por toadas de canto e resposta", igual ao toré, e "acompanhado por maracás e um pequeno zabumba", igual à instrumentação de algumas formações de samba de coco, cafurna e mazurca, atualmente ainda existentes no Sertão.
PROGRAMAÇÃO
Dia de solidariedade ao Povo Xukuru
CAMARAGIBE
Local: Praça de Eventos, Vila da Fábrica, próximo a Praça da Gruta
14h - Mutirão de Grafite da Rede Resistência Solidária e do Coletivo Mangue Crew.
17h30 - Encerramento da "Mostra Vídeo Índio Brasil" - Ponto de Cultura Tecer e Cineclube da Laia
Exibição do documentário: "Transformaram a vítima em réu. Justiça ao Povo Xukuru"
Roda de diálogo: "Criminalização e Resistência do Povo Xukuru de Ororubá" com lideranças do povo Xukuru e integrantes da Rede de apoio ao povo Xukuru
RECIFE
Local: Pátio de São Pedro
A partir das 20h30 - II Noite Xukuru
Shows de Pirrila - Coco do Povo Xukuru de Ororubá, Pandeiro do Mestre,
Adiel Luna e Coco Camará, com participação da banda Casas Populares da BR 232
Projeção de fotografias “Basta de Criminalização” – fotógrafo Mateus Sá
Exibição do documentário: “Transformaram vítima em réu. Justiça ao Povo Xukuru.”
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