sábado, 7 de agosto de 2010

Olinda - Um patrimônio cultural degradado


Um patrimônio cultural degradado
Publicado em 01.08.2010

“Olinda é só para os olhos, não se apalpa, é só desejo. Ninguém diz: é lá que eu moro. Diz somente: é lá que eu vejo”. Faz tempo os versos do poeta Carlos Pena Filho não batem com o que se vê em Olinda. Continua sendo patrimônio da humanidade, referência cultural de Pernambuco, principal polo carnavalesco do Nordeste - tirada a Bahia -, permanece um marco da nossa História como berço dos cursos jurídicos, mas dela sempre se espera muito mais que a inscrição de uma cidade que foi isso, foi aquilo. De Olinda se espera que seja o que imaginaram todos os cronistas, todos os poetas e, sobretudo, a sua população de hoje, que vê e vive a cidade em processo de degradação.

Apesar de tantas expectativas com a conquista do título de Patrimônio Cultural da Humanidade, a Olinda vista pela reportagem deste JC há poucos dias é uma cidade sem encantos. No Sítio Histórico, as ruas estão esburacadas, os monumentos abandonados, as igrejas com as portas fechadas e, como contraponto, obras públicas anunciadas mas sem prazo para terminar. E não se diga que falta à cidade o que todo governante municipal proclama como fundamental, ponto de partida para tudo mais: o apoio dos governantes do Estado e da União. Olinda há muitos anos é contemplada com a escolha de dirigentes locais sintonizados com os entes mais poderosos, que arrecadam mais tributos e dos quais dependem os prefeitos. Daí a perplexidade dos de casa e dos que chegam de fora diante da degradação de uma cidade que poderia ser um modelo no Nordeste.

Costumeiramente se argumenta que um dirigente municipal, além dos parcos recursos, padece do pouco tempo que dispõe para implantar seu estilo e programa de governo. Não é o caso. O que temos visto é não apenas a possibilidade da reeleição que assegura a qualquer dirigente público completar seus planos e deixar obras consolidadas para os sucessores, independente de siglas partidárias. Além disso, no caso de Olinda, há uma continuidade, de partidos e de pessoas ao que se supõe plenamente identificadas, seja pelo caminho político que percorrem, seja pela postura ideológica e em relação à administração pública.

Quando o atual prefeito de Olinda foi eleito, a suposição era de que teríamos apenas uma troca de pessoas - com os mesmos pensamentos, as mesmas ideias, as mesmas ambições como governantes -, na cadeira de dirigente municipal, desde o primeiro dia da nova administração. Não havia falar em arrumação de casa, ajustamento da máquina administrativa e outras frases tão comuns quando mudam os governos. Tudo parecia tanto a mesma coisa que a expectativa era de que no início do expediente do primeiro dia de trabalho os buracos que no dia anterior estivessem sendo consertados continuariam como se nada, absolutamente nada de novo estivesse ocorrendo. Uma sequência natural de obras públicas, assim como acontece numa obra privada, que não é paralisada porque mudou o seu mestre.

Diante disso, só podemos supor que a continuidade aconteceu em Olinda apenas na sua parte mais frágil: a incapacidade de atrair - com a urgência e a necessidade que cidade exige -, as atenções do Estado e da União, dois entes poderosos que podem fazer a diferença. Não acreditamos que falte ao atual dirigente de Olinda a capacidade para encontrar o caminho dos recursos federais, até mesmo por ter o prefeito vindo da Câmara Federal, onde se aprende o caminho das pedras. Como não se admite que falte ao dirigente municipal o empenho desejável e a competência para resolver os problemas da cidade, a única ilação possível para o processo de degradação em que se encontra Olinda seria a de falta de prestígio do prefeito para fazer valer a importância que a cidade detém, não apenas em relação ao Estado de Pernambuco, mas a todo Nordeste.


Fonte: Jornal do Commercio

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Telefones úteis


Aeroporto
3322 4188 3464 4188

auxílio à lista
102

Biblioteca Central da UFPE
2126 8095

Biblioteca Pública do Estado de Pernambuco
3423 8446

Biblioteca Popular de Afogados
3428 4933

Biblioteca Popular de Casa Amarela
3232 4411

Box Turismo – Aeroporto
3462 4960

Box Turismo Arsenal
3232 2942

Box Turismo PCR – TIP
3452 1892

Casa da Cultura
3224 4402

Casa do Carnaval - Pátio de São Pedro
3232 2864 / 3232 2865

Cine Teatro Apolo
3207 0881

coopetáxi
3424 8944 | 3424 4254

copseta
3462 1584

Espaço Pasárgada – Casa Manuel Bandeira
3134 3014

Fundação Joaquim Nabuco
3073 6340 / 30736333

hospital da restauração
3421 5444

informações turísticas
3232 8409

Informações Turísticas
3232 8409

ingressos em domicílio
3227 2677

Museu da Cidade do Recife – Forte das Cinco Pontas
3232 2812 / 3232 2833

Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães - MAMAM
3232 1694 / 3232 5399

polícia militar
190

porto
3419 1900

procon
3445 7643

Programa Multicultural
3232 1594 / 3232 1690 / 3232 1482

radiotáxi
3423 2865 | 3423 7777

radiotáxi
3423 2865 | 3423 7777

recife táxi
3423 1313 | 3231 7533

rodoviária
3452 2824 | 34521103

Sítio da Trindade
3232 4154

Teatro Barreto Junior
3232 3054

Teatro de Santa Isabel
3232 2940

Teatro do parque
3232.1553

tele táxi
3429 4242

tip táxi
3452 2552

transportes urbanos
0800 810158

MTV

Elis Regina

Maria Rita

Pedro Mariano

Milton Nascimento

Gilberto Gil

João Bosco

Chico Buarque

Tom Jobim

Roberta Sá

Céu

MPB