Matéria publicada no PE360graus:
O filho da cantora Elis Regina não chegou a lotar o teatro, mas empolgou todos os presentes
Por Letícia Garcia
Conforme prometeu em entrevista concedida por e-mail ao portal pe360graus na última quarta-feira, o cantor Pedro Mariano subiu ao palco do Teatro da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) com atraso de, no máximo, meia hora após a marcada (21:00), em respeito às pessoas que chegam no horário, e foram muitas. Às 21:17, as cortinas se abriram e fãs enlouquecidas aplaudiam e gritavam o nome do intérprete e também o chamavam de lindo, o que se repetiu a todo momento, principalmente na hora em que a música se calava e o elogio ficava mais fácil de chegar até ele.
O público não chegou a lotar o teatro, mas havia muito mais gente do que a primeira vez em que o cantor esteve aqui, há nove anos. Cerca de 80% dos assentos ocupados da platéia eram compostos de mulheres, que acompanhavam todas as canções e não largavam das máquinas fotográficas, onde tiravam fotos e ainda faziam filmes de músicas inteiras. Assistiram mais à apresentação pela tela do equipamento eletrônico do que por meio da visão direta do palco.
A primeira música foi “Reação” (Daniella Monaco e Otavio de Moraes) e já algumas mulheres ficaram em pé na lateral das cadeiras para dançar. Em seguida, veio “Quase amor” (Jorge Vercilo), música de trabalho do disco Incondicional, lançado no ano passado, e que deu nome ao show.
Depois, “Tem dó” (Baden Powell e Vinicius de Moraes), o melhor momento, quando a voz de Pedro Mariano se sobrepõe, quando a música é mais diferenciada das demais, tal qual o trabalho “Piano e Voz”, que fez junto ao pai César Camargo Mariano.
Nesse instante, ele explicou o motivo da ausência de nove anos em Pernambuco, o que também já havia antecipado na entrevista que concedeu: falta de apoio para custear as despesas com músicos e equipamentos. E a partir daí também se mostrou um contador de causos e piadas, algumas um tanto forçadas, mas os fãs adoraram essa interação. E a promessa foi feita: nada de ficar tanto tempo sem voltar ao estado.
Meia hora depois do início da apresentação, ainda chegavam os rotineiros atrasados pernambucanos. E quem já estava ali reclamava, afinal estava atrapalhando o relacionamento fã-ídolo.
Nas canções mais lentas, ele se sentou em um banquinho, como em “Meu tempo é ela” (Jair Oliveira), que o compositor e cantor fez em homenagem à filha e que Pedro Mariano também dedicou à sua filha, com a qual não poderia estar presente neste domingo de Dia dos Pais.
Aí chegou o momento do cantor também se mostrar como músico. Uma bateria foi trazida ao palco e ele passou a cantar e a tocar, lembrando muito Serginho Herval, do grupo Roupa Nova. Sempre acompanhado dos quatro músicos que estão com ele há oito anos: Junior Vargas (bateria), Leandro Matsumoto (contra baixo), Conrado (violão e voz) e Marcelo Elias (teclado e direção musical), Pedro Mariano pediu a participação do público, que cantou tudo.
Tanto tempo sem vir a Pernambuco – da primeira vez eram dois discos, agora sete – e muitos sucessos ficaram de fora. Faltaram as boas do segundo disco “É só chamar” (Pedro Mariano, Daniel Carlomagno e Jair Oliveira), “Tá todo mundo” (Jair Oliveira e Daniel Carlomagno) e do terceiro disco “Tudo certo” (Jair Oliveira e Dom Beto).
O filho da cantora Elis Regina e do músico César Camargo Mariano e irmão da intérprete Maria Rita e do produtor musical João Marcelo Bôscoli seguiu seu próprio caminho. A batida característica de suas músicas não se parece em nada com o que é e foi feito por sua família. Aliás, é a mesma batida de sempre, que vem desde os primeiros discos. Em muitos momentos, inclusive, parecia que ele ia cantar determinada música, mas aí vinha outra letra. Na entrevista, ele disse que encontrou esse caminho e é esse que ele quer seguir. Os fãs gostam. E, como ele disse durante o show, é para os fãs que ele faz a música.
Fonte: http://pe360graus.globo.com/diversao/diversao/musica/2010/08/08/NWS,518411,2,225,DIVERSAO,884-DEPOIS-ANOS-FAS-PEDRO-MARIANO-CURTEM-SHOW-TEATRO-UFPE.aspx
Nenhum comentário:
Postar um comentário