O MST que a mídia não quer ver:
[Por Vito Giannotti] Neste abril, tradicional mês de luta do MST em memória dos 19 assassinados em Carajás no ano de 1996, a mídia empresarial já estava preparada para atacar os movimentos sociais. Dito feito. Vejamos como um dos quatro carros chefes do Partido do Capital fez seu ataque. Com a “sutileza” de um elefante. Na página 9 de O Globo, de 22/4/10, há uma aula desta tática.
No alto, uma manchete de seis colunas:
“MST invade fazenda de multinacional na Bahia”.
A linha fina, abaixo, completa:
“Área pertence à empresa multinacional que cultiva eucalipto é a 16ª ocupada pelo movimento no estado durante o Abril Vermelho”.
O artigo fala o que quer, como de costume.
Abaixo, outra matéria de quatro colunas diz em companhia de quem estão estes invasores:
. “Balas perdidas fazem duas vítimas em SP”.
Oba, olhai que boa companhia! MST tudo a ver com balas perdidas.
Ao lado desta segunda notícia duas pequenas notas para completar o acompanhamento ideológico da notícia principal: Uma: “Violência em SP....onda de violência continua a fazer vítimas na Baixada Santista”. Por que está na mesma página do MST? Por acaso, não é. E a outra pequena nota: “Tremores de terra no RGN”. Vixi! Até o terremoto foi convidado ao banquete desta página.
E assim, 70, ou 80% da população brasileira vão responder á próxima pesquisa de opinião do Ibope que o MST é violento. Por que será? Só há um remédio: fazer nossa mídia e lutar pela democratização dos meios de comunicação. Sem isso é só choradeira.
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