A Google argumentou de forma veemente e eloquente sobre o acordo que firmou com a Authors Guild. Segundo a empresa, a digitalização de milhões de livros é legal e contribuirá para o conhecimento humano.
O ambicioso plano do Google foi elogiado por expandir o acesso aos livros, mas o Departamento da Justiça dos Estados Unidos o criticou em 4 de fevereiro por diversos motivos, argumentando que constituía uma potencial violação de leis antitruste e de direitos autorais.
Google discordou, afirmando na quinta-feira que o acordo reformulado respeita as leis. “Com uma possível exceção significativa, as partes tentaram implementar todas as sugestões que os EUA (Departamento da Justiça) fizeram em seus comentários de setembro”, afirmou o grupo líder em buscas na Web.
A exceção foi uma decisão de manter os livros como parte do projeto a não ser que os autores peçam especificamente a exclusão. Localizar todos os autores em questão e conseguir que assinem autorização para o programa “evisceraria os propósitos do acordo reformulado”, afirmou a companhia.
A empresa de buscas, que tornou-se um dos maiores conglomerados de informação do mundo, também argumentou que o acordo não prejudicará as bibliotecas e que não vai impor qualquer obstáculo a outros grupos interessados em digitalizar livros.
“O acordo permitirá que as partes tornem disponíveis para pessoas de todo o país milhões de livros que estão fora de catálogo”, afirmou o Google em sua petição. “É esse exatamente o tipo de inovação benéfica que as leis antitruste foram criadas para encorajar, e não frustrar.”
O Google também criticou empresas rivais, apontando para o fato de que a Microsoft havia abandonado seu projeto com relação a livros.
“Concorrentes como a Amazon.com despertam ansiedades sobre a potencial posição de mercado do Google, mas ignoram seu próprio domínio inabalável do mercado”, afirmou a Google em sua petição.
A Open Book Alliance, formada por rivais empresariais da Google, algumas bibliotecas, grupos de escritores e outros consórcios de digitalização de livros, rejeitou os argumentos da Google.
“Apesar das manobras dos advogados da Google, o acordo revisto ainda oferece ao gigante das buscas e da publicidade online acesso exclusivo a livros que a empresa escaneou ilegalmente em detrimento de consumidores, autores e da competição”, afirma o grupo em comunicado.
Um juiz norte-americano marcou uma audiência sobre o acordo para 18 de fevereiro.
O acordo modificado foi acertado para resolver um processo coletivo aberto contra a Google por autores e editores que acusaram a empresa de infração de direito autoral ao escanear livros de bibliotecas de quatro universidades e da Biblioteca Pública de Nova York.
O Departamento de Justiça dos EUA recomendou em setembro que o novo acerto fosse rejeitado. Diante dessa e de outras oposições, a Google e o grupo de autores e editores fizeram uma série de mudanças ao acordo em novembro que não conseguiram eliminar as críticas ao projeto.
Fonte: Reuters
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