Em meio século esgotou-se o fascínio do São Luiz e muito mais
Editorial
Poucas ruas do Recife falam mais da expansão e do embelezamento da cidade na primeira metade do século passado que a Rua da Aurora. E, na segunda metade, mais ainda, com a inauguração, em setembro de 1952, do Cinema São Luiz, apresentado como o mais moderno e mais bonito da América Latina. Mário Melo andou pesquisando e chegou à conclusão de que era, mesmo, o mais bonito do Brasil, ficando para ser passada a limpo a história de que atravessava nossas fronteiras. Mas o fato é que o cinema compôs um cenário novo no Centro do Recife, uma referência a todos que chegavam de fora e, para o resto do Estado, personagem das histórias de grandeza e luxo da capital.
Em meio século esgotou-se o fascínio do São Luiz e muito mais. O fechamento oficial no início de fevereiro de 2007 foi bem mais que o encerramento de um ciclo que fez daquele trecho da Rua da Aurora, início da Avenida Guararapes e Praça Joaquim Nabuco o triângulo mais prestigiado do lazer no Recife - depois das praias, naturalmente. É que naquele pequeno espaço do Centro do Recife estavam quatro salas de projeção que cumpriam rigorosamente o slogan de Luiz Severiano Ribeiro: cinema é a maior diversão. Era, até a chegada da televisão e, sobretudo, dos grandes centros comerciais com suas áreas de lazer climatizadas e seguras, o que não podiam oferecer os espaços centrais da cidade.
Com o fechamento do Trianon, Art Palácio, Moderno e, por fim, do São Luiz, estava decretado o fim do que resistiu do glamour dos anos 50 e 60, mas havia - como há - além disso um processo de degradação que está visível em toda área central da cidade e, emblematicamente, no prédio onde funcionou e agora retorna o São Luiz, e todo seu entorno. O edifício Duarte Coelho, que tomou o lugar da primeira Igreja Anglicana do Recife, é a cara da decadência do centro, mas além do visual tem a enorme bagunça em que se transformou aquela área, um verdadeiro mercado persa tomado pelas carrocinhas, vendedores ambulantes, pedintes, flanelinhas, um assombro para quem está passando, imagine-se para quem quer conferir a programação do novo São Luiz.
Esse problema, acentuado agora com a bela iniciativa de restaurar o cinema e devolvê-lo aos que ainda consideram essa, senão a melhor, uma das melhores diversões, tem a ver com as políticas públicas municipais - se é que existem - voltadas para o centro da cidade. Com a degradação da área e a ausência de propósitos para reformas, fica difícil imaginar que existam essas tais políticas públicas.
Veja-se, por exemplo, a questão do corredor da Martins Júnior, uma velha promessa, fundamental para melhorar um pouco o trânsito e a ocupação caótica entre as Ruas do Hospício e Aurora. Um projeto que iria necessariamente influenciar toda a área próxima ao São Luiz, mas que alcança a maturidade, chega a duas décadas de existência, com muita conversa e nenhum sinal de concretização.
Essa dificuldade talvez se deva exatamente à pouca atenção que se dá à área mais central da cidade, dos bairros de Santo Antonio, São José e Boa Vista, não apenas no que diz respeito à ocupação do espaço, criação das condições de fluidez do trânsito, mas, sobretudo, na criação de uma cultura de preservação e valorização urbanas, o que implicaria em limpeza, segurança, respeito ao lazer, à cultura e à história, do que está cheia a Rua da Aurora, principalmente. Se a administração pública municipal se sente incapacitada de implantar um pequeno corredor como é o da Martins Júnior, e impotente para estabelecer regras de ocupação do espaço urbano numa área tão central e tão importante como é essa em torno do Cinema São Luiz, fica decretada a falência do sistema e a consolidação do caos urbano, em que todos podem fazer o que bem quiserem no espaço público.
Concentração será realizada na Biblioteca Pública de Olinda às 15h.
O grupo formado somente por mulheres percussionistas, vai realizar neste sábado um arrastão carnavalesco. A concentração está marcada para as 15h na Biblioteca Pública de Olinda, situada na Avenida Liberdade. Nº10, no bairro do Carmo, em Olinda, Região Metropolitana do Recife.
Diante dos novos investimentos no Estado de Pernambuco, um dos desafios para as organizações é o desenvolvimento de novas competências para seus profissionais. Mas por onde começar?
Muitas empresas se queixam da falta de algumas competências em seu quadro profissional, mas não sabem exatamente o que procuram. É preciso mapear as necessidades atuais e futuras para identificar as lacunas existentes. Assim, fica fácil estimular o desenvolvimento de novas competências por meio de programas especializados.
O que não pode ser feito é deixar a responsabilidade dessa busca somente nas mãos do profissional. É certo que ele deve sempre procurar seu aprimoramento, mas cabe à empresa ter clareza do que quer e desenvolver as competências de que precisa. Afinal, o momento é propício para investir no potencial dos profissionais locais.
A revista Tendências da Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação é uma publicação anual, organizada em capítulos temáticos, do tipo revisão ou estado-da-arte.
Revista Tendências
Os temas selecionados e o período coberto em cada capítulo refletem a evolução e maturidade atingida por cada tema, podendo assim variar de ano a ano. O objetivo é oferecer aos leitores um retrato do estado-da-arte de cada tópico escolhido. Os capítulos são escritos por autor ou grupo de autores, especialmente convidados pelo editor do volume, sendo os mesmos submetidos a um processo de avaliação a fim de garantir seu caráter científico.
Os temas não seguem necessariamente os grupos de trabalho da ANCIB, mas procuram dar espaço para tópicos nos quais a pesquisa atingiu volume e projeção.
Acessar a internet está ficando tão ou mais rotineiro que escovar os dentes logo de manhã cedo. Enquanto dormimos o mundo continua acontecendo e se acontece há de haver registro em algum portal de notícias ou em algum blog.
Gente famosa parece que morre primeiro na internet. Situação vexaminosa envolvendo celebridade ganha ares de tragédia nacional primeiro na internet. E se pensarmos um pouco, a internet está para o século 21 como a língua da vizinha para a primeira metade do século 20. Todo mundo da rua sabia tudo: a que horas o fulano chegou pelas tabelas, carregado por quem, como se deu a recepção no meio familiar. Hoje todo mundo sabe rapidinho que Nizan Guanaes esteve detonando a Bahia, o Chiclete com Banana e sabe que Xuxa foi malcriada com quem se atreveu a questionar o domínio da língua pátria por sua filha Sacha. Em mais dois ou três cliques sabemos que o Brasil perdeu Zilda Arns e o mundo uma Cidadã do Mundo, com diploma e tudo, em recente terremoto no Haiti.
Realmente a língua da vizinha (por que não do vizinho?) não daria conta de tanta coisa nova para comentar. O Brasil é um país que se conecta cada vez mais e alcança todas as classes sociais. Ao invés de nos perder nos imensos alagamentos de São Paulo, que tal nos afogar um pouquinho... em números?
Pois bem, o Brasil tinha 64,8 milhões de internautas segundo o Ibope Nielsen Online em julho de 2009 (ver aqui), um aumento de 2,5 milhões de pessoas em relação ao mês anterior. Em junho de 2008, o Ibope/NetRatings contabilizava 41,5 milhões, mas não contabilizava os acessos públicos (LAN houses, bibliotecas, escolas e telecentros), que agora passou a somar aos acessos do trabalho e de casa.
O Brasil é o quinto país com o maior número de conexões à internet (ver aqui). Nas áreas urbanas, 44% da população está conectada à internet (ver aqui): 97% das empresas e 23,8% dos domicílios brasileiros estão conectados à internet (ver aqui).
Nunca antes neste país...
E nunca se produziu tanto conteúdo, tanta informação acessível a tão grande contingente populacional como nos dias que correm. Não somos uma ilha de conectividade surgida no mar alto do mundo tecnológico. O fenômeno é planetário e mais do que nunca somos um só planeta e um só povo conectado e em vias de conexão. Prova disso é que prevê-se que em 2013, o número total de pessoas "conectadas" à internet passará a marca dos 2 bilhões, mais precisamente na casa dos 2,2 bilhões, significando um aumento de 45%, segundo o Forrester Research.
Este grande aumento se deve principalmente aos novos usuários da Ásia, com a China representando 17% da população online global. África e Oriente Médio também somam a fatia de 13%. Abarca todas as faixas etárias. Mas os jovens brasileiros podem falar com todas as letras que "estão ligados". Aqui, a gíria "tá ligado" poderia ser muito bem substituída por "tá conectado" sem alterar o sentido da simpática expressão remanescente dos últimos anos do século passado. Isso porque, uma pesquisa realizada em 12 países, mostrou que os adolescentes brasileiros podem ficar, em média, 70 horas por mês em frente a um monitor navegando na rede mundial. Fica informado das notícias de seus times, acompanha os seriados, lê os jornais, escutas as rádios, vê os vídeos mais interessantes ou que estejam causando sensação. Além disso, arrasta para seu computador músicas e filmes, fotos e charges.
Adultos na rede
Mas o que não apenas os jovens, mas também os adultos em geral mais fazem é criar relacionamentos sociais e expor-se na vitrine virtual, apresentando-se como isso e aquilo, procurando amizades ou algo mais, descobrindo por onde andam seus amigos de infância, de colégio, de faculdade, de trabalho. É para isso que milhões de pessoas se cadastram em sítios como Facebook, Orkut, Hi5, LinkedIn, MSN. Uma vez ingressados vão logo buscando sua turma, gente com que tenha afinidades, gostos, percepções, estilos de vida.
Vivemos, então, em um admirável mundo novo. Um mundo nem mesmo intuído por Aldous Huxley que cunhou a expressão como título de seu mais famoso livro. No meio de tudo isso os blogues cresceram mais que plantação de cogumelo. Todo mundo tem algo a dizer de si mesmo ou sobre o que outras pessoas pensam. E espera que alguém comente seus pensamentos.
Piados na web
A grande novidade deste século se chama Twitter (piado, em inglês). Trata-se de algo mais que uma ferramenta social de relacionamento. Seu criador Evan Williams acredita que microblogging traz dinamismo ao usuário e as possibilidades são imensas e diferenciadas. A conferir.
Como não quero ficar sabendo dez anos depois que o homem pisou na Lua também não quero ser dos retardatários que ingressam em uma onda quando esta já perdeu boa parte de seu impulso inicial, impulso sempre criativo, sempre surpreendente, sempre com gosto de futuro. Foi então que há dois meses entrei no Twitter. As regras são bem simples, é como o esperanto das redes sociais: textos de até 140 caracteres incluindo espaços, possibilidades de acompanhar a vida de outras pessoas cadastradas no sistema e também de ser acompanhado. São criados então conceitos como "seguidor" (de alguém) e "seguido" (por alguém), podemos reencaminhar para "nossos seguidores" a alguém, o texto legal que encontramos e receber, vez por outra, comentário de alguém sobre algo que expressamos no Twitter.
O uso do microblog foi logo incorporado à atividade jornalística. Jornais e revistas, emissoras de tevê, jornalistas, escritores, além das indefectíveis celebridades passaram a usar a tal ferramenta. Para alguns é um exercício de vaidade poder dizer quantos "seguidores" têm. E há narcisismo a dar com o pau. Muitos textos são para dizer que está na hora de ir dormir porque o dia foi cansativo. Outros aproveitam para endeusar suas preferências políticas e demonizar seus desafetos. E existem também as listas. Um jornal que é seguido por uma lista significa que é "acompanhado" por aqueles que assinam a lista. É um efeito multiplicador.
"Audiência" no Twitter
Apresento ao leitor os números de seguidores de alguns jornais e revistas e de alguns dos jornalistas renomados, mencionando também quantas listas os seguem: O Globo (29.946 seguidores, 1.104 listas), Folha de S.Paulo (43.806, 1.793 listas), Estado de S.Paulo (14.406, 701 listas), Jornal do Brasil (3.623, 194 listas).
Agora vamos para as revistas no Twitter: Veja (119.912 seguidores, 3.250 listas), Época (22.304, 1.058 listas), Carta Capital (17.803, 879 listas) e IstoÉ (6.805, 280 listas).
Outros veículos também chamam a atenção: Observatório da Imprensa (13.752 seguidores, 785 listas), BBC Brasil (24.046, 1.169 listas).
Como é a performance de alguns dos jornalistas mais acessados na internet brasileira no uso do Twitter? William Bonner (335.624 seguidores, 8.004 listas), Diogo Mainardi (12.617 seguidores, 184 listas), Blog do Josias (505, 31 listas), Ricardo Kotscho (100, 5 listas), Ricardo Noblat (24.700, 1.136 listas). Calma! Alguns já estão trabalhando o Twitter há anos, meses, enquanto outros faz apenas algumas semanas ou dias. E nesse caso tempo é determinante para ter uma presença forte ou fraca no Twitter. Os que são vistos em programas líderes de audiência na TV aberta levam vantagem avassaladora. O mesmo para os que escrevem em jornais e revistas de circulação nacional.
Questão de estilo
É comum que os veículos de comunicação e seus profissionais divulguem manchetes e títulos de suas matérias e forneçam de forma abreviada o hipertexto para acesso ao teor completo da matéria. William Bonner, apresentador do Jornal Nacional (TV Globo) não faz isso, cria amizade, é leve nos comentários, trata do cotidiano e parece sempre bem disposto e bem-humorado. Alguns exemplos:
** "Santo Deus! Como é que tem tanta gente nesse troço a essa hora? Eu só vim aqui descarregar fotos da viagem em vez de ficar rolando na cama." (22/1/2010)
** "Sobrinhada, como vocês todos sabem, REJUVENESCER se escreve assim - e não como o tio cometeu, só com C, né? Ocêis tudo perdoarão, espero." (21/1/2010)
** "Propaganda boa surpreende. Quando o recurso se repete, você já não sabe mais quem está anunciando. Marcas e produtos de perdem na mesmice." (19/1/2010)
Diogo Mainardi (colunista da revista Veja) extravasa comparações entre coisas que se encaixam e outras que se desencaixam. Mas são sempre comparações. Exemplos do Mainardi:
** "A embaixada brasileira em Tegucigalpa é o BBB2 sem a Cida." (1/10/2009)
** "O novo acordo ortográfico é o AI-5 da língua portuguesa."
** "Battisti é a von Richthofen que não deu certo."
** "CQC é o Pânico na UTI."
** "Joaquim Barbosa é o Sivuca do Supremo."
** "Nizan é o Repórter Vesgo da propaganda."
** "Dimenstein é o Derico da Folha."
Ricardo Kotscho mantêm o estilo que o consagrou na imprensa escrita e também no seu Balaio. Exemplos:
** "Direita vive, mostra a reação a programa de direitos humanos http://bit.ly/8liLxE"
** "Inclusão digital: o copo está meio cheio ou meio vazio? http://bit.ly/8SrZeH"
Danilo Gentili, o jovem mestre do stand up comedy é hoje um dos mestres do Twitter. Ele é seguido por 518.233 e por 8.374 listas. A seguir algumas das melhores "twittadas" do comediante:
** "São Paulo Fashion Week começou. A profecia de José no Egito finalmente se concretiza: a época das vacas magras chegou."
** "O Otávio Mesquita foi no show hoje e disse `Danilo, quando comecei a carreira era assim igual você´ eu disse `Por favor. Não me desanima´."
** "Eu queria muito que o Datena apresentasse o Miss Brasil. Quando a miss Maranhão passasse ele ia dizer: `Mas isso é uma calamidade´."
** "À todos desejo Feliz Natal... E aos que estão assistindo o especial da Xuxa desejo meus pêsames."
** "Atenção vocês que ficam me seguindo: Se não pararem vou chamar a polícia."
Qual a graça?
Minha filha Lara, 11, me perguntou o que é o Twitter. Expliquei que era algo como pátio de hospício: todo mundo falando sozinho e eventualmente alguém responde... Ela sorriu e me perguntou: "Mas, pai, qual é a graça disso?" Repliquei que não sabia ainda direito, que estava testando esta rede social que parece estar sempre fazendo dieta: os textos são curtos, os retornos são escassos e o ambiente é sedutor para quem tem humor ácido ou sarcástico, típico de quem prefere perder o amigo, mas não o twitter, ou melhor, a piada.
Quase 60 dias gritando no pátio, descubro que já sou seguido por mais que uma centena de outros loucos. Estes são sempre simpáticos, mansos mesmo e chegam mesmo a ficar amigos, com expressões de afeto e tudo. Quem não nos segue, mas nos visita ocasionalmente, nem chega a perceber que somos (todos) estranhos no ninho. No Twitter descobri outras facetas que até então pareciam estar submersas, algo do meu lado sombra (atenção estudiosos de Jung). Fui muitas vezes irônico. Alguns exemplos:
** "São Paulo parece Atlântida do Platão e autoridades dizem que vai tudo bem, tudo ótimo. Cidadãos precisam ser.. anfíbios!"
** "Viver a Vida da Globo lembra Ari em `esse coqueiro que dá coco´... e haja encheção de linguiça que vira a abobrinha no BBB do Bial. É dose."
** "É de lascar. O cônsul (ou cômico) do Haiti acredita que o terremoto é coisa de vodoo e aproveita pra destilar racismo. Me lembrou o Boris."
** "Cônsul do Haiti em São Paulo, racista e parlapatão, deveria ser expulso do Brasil. E logo. Olha as sandices: http://br4.in/SCRn1"
** "Os votos de feliz 2010 dos dois garis na Band foram os mais sinceros que recebi nos últimos 30 dias... e vocês? Não perguntem ao Boris."
** "OESP: `Beyoncé confirma quatro shows no Brasil´. Você não pode deixar de perder!"
** "Cristiane Pelajo no JG apresenta notícias como quem estivesse revelando a todo o momento novo segredo de Fátima!"
** "Na Final do Juízo: Judas (já está advertido para não entregar o jogo), Moisés (abrir caminho na defesa), Davi (lançar à distância)."
"Drummond: `Só aceito um de cada vez. Passa uns tempos comigo, depois mando embora, e o outro fica no lugar. 2 anjos ao mesmo tempo é demais´."
Toques de pura filosofia
Descobri que ficar olhando aquela placa em branco, aquela lacuna a ser preenchida com as 14 dezenas de caracteres era um convite quase irrecusável à filosofia. E quando me dei conta estava espalhando filosofia. Exemplos:
** "Memória é uma maneira de guardar as coisas que não queremos perder nunca."
** "Que cada manhã seja melhor do que sua véspera e cada novo dia mais rico que o dia anterior. "
** "Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela. (Joseph Pulitzer)"
** "Eu te amo, disse seu olhar para uma pedra... (Clarice Lispector)"
** "`Morri e fui diagnosticado no céu´ disse House, após checar sintomas de novo paciente que acabou de despertar numa cama do hospital..."
** "Como diria Jung `todos nascemos originais e morremos cópias...´"
** "Temos que fazer tudo o melhor possível, pois não sabemos o que é pequeno aos olhos de Deus (Martha Root)"
** "Repórter: `Clarice, o Recife aparece em seus livros?´ Resposta: `O Recife está todo em mim´. Bonito ver a insuspeitada paixão pelo Recife."
** "Se procurar bem você acaba encontrando. Não a explicação (duvidosa) da vida, mas a poesia (inexplicável) da vida. (Drummond)"
** "Vi Avatar com Lara. Ótima releitura do que aconteceu nas Américas a partir de 1492. Desejo a todos em 2010 um bom Avatar!"
** "Qdo ensinamos ética em Brasília corremos o risco de os alunos sempre terem algo de muito grave a delatar."
Observação da imprensa
Trabalhar com crítica da imprensa é como criar pulgas em cativeiro. Estamos sempre buscando o que está por trás daquela informação ou imagem, daquela frase ou decisão editorial. Observei que emitir comentários vários sobre suculentos pratos do dia (i.e. polêmicas) encontrava no formato do Twitter um meio ambiente igualmente sedutor. Mergulhei de ponta em alguns dos espinhosos temas. Exemplos:
** "Não seria o caso de agora a Folha e a Veja entrevistarem o cineasta Silvio Tendler que conhece por dentro o surto do Cesar Benjamin?"
** "Brasília precisa ser resgatada. Está soterrada em grossa corrupção. Em abril faz 50 anos. Aqui meu texto: http://br4.in/waqef"
** "Mensalão do Arruda e Mensalão Mineiro estão para os Diários Associados assim como a Kriptonita está para o Super Homem."
** "Kindle DX chega ao Brasil – http://migre.me/fJGM – A engenhoca está para o livro como Knorr está pra galinha!"
** "Boris Casoy deveria ficar ouvindo seu áudio vazado ao longo de todo o ano de 2010, sempre antes de pegar no sono. Seria sua pena!"
** "Brickmann: De filmes sobre líderes providenciais, Os Dez Mandamentos foi o suficiente."
** "Tenho pena do Sean Goldman: ninguém merece ter pai (USA) e avó (BRA) tão descompensados. Menino tem família infernal."
** "Brasil enviou USD 15 milhões ao Haiti. O Japão USD 5 milhões. A força de um povo se mede por sua generosidade com o sofrimento alheio."
** "Celebridades estrangeiras são super solidárias com infelizes da Terra. Já as do Brasil... Escrevi sobre isso aqui: http://br4.in/zmMiy"
Há também a síndrome do pensamento vazado. Algumas vezes a pessoa se empolga muito e começa a dizer sandices. A coisa se espalha como fogo em floresta canadense. Aconteceu com o publicitário Nizan Guanaes. Ele desconcertou seus 15 mil seguidores no Twitter com uma onda de ataques a Salvador e ao grupo de axé Chiclete com Banana, um ícone, na sua visão, da decadência da cidade.
Nizan publicou entre a noite de segunda-feira (11/1) e a manhã de terça (12/1) quase trinta comentários, falando mal da capital baiana. "Salvador não tem praia pro turista, não tem hotel e a orla é uma favelão", escreveu Guanaes no microblog. Aproveitou para expor seu imenso amor ao Rio de Janeiro e a Florianópolis. Sentindo cheiro de edifício em chamas o publicitário baiano tenta de todas as formas se desculpar pela confusão já descontrolada, pedindo perdão via Twitter e elogiando a música doChiclete: "A musica do chiclete é uma delicia O problema é o que o twitter é uma briga de marido e mulher, pai e filho,transmitidas ao vivo."
Um exemplo do uso inusitado da ferramenta foi o desenvolvimento da campanha de Barack Obama à presidência dos Estados Unidos. Obama utilizou o microblogging exaustivamente e criou o slogan tão conhecido pelo mundo: Yes, We Can (sim, nós podemos). O uso como propaganda política não estava nos planos, nas possibilidades que o Twitter poderia cobrir. Mas foi usado de forma tão intensiva e exitosa que só encontra paralelo na campanha presidencial que nos anos 1960 contrapôs Nixon a Kennedy usando o novo meio de comunicação moderna e eficiente conhecido como... televisão.
Mas quem sai bem mesmo no Twitter se a métrica for a quantidade de seguidores não é nenhum político, nem estadista, nem candidato a alguma coisa, nem gente com dezenas de anos lidando com o público. É o apresentador de tevê Luciano Huck. Ele tem 1.686.502 seguidores e é acompanhado por 9.675 listas.
No mais... o pátio do hospício só faz aumentar e nunca tantos falaram tanto ao mesmo tempo.
I Simpósio Brasileiro de Ética da Informação UFPB/PPGCI Dias 18 e 19 de março de 2010 João Pessoa, Paraíba, Brasil
Organização: Grupos de Pesquisa (CNPq)
Teoria, Epistemologia e Interdisciplinaridade da Ciência da Informação
Tecnologias da Informação e Comunicação
Epistemologia e Políticas de Informação
Tecnologia da Informação e Sociedade
Filosofia e Ética da Informação
Informação e Inclusão Social
Conferências:
MIGUEL ANGEL PÉREZ ALVAREZ, Universidade Autônoma do México RAFAEL CAPURRO, Universidade de Sttutgart
Painel:
ARMANDO MALHEIRO DA SILVA, Universidade do Porto BERNARDO SORJ, Universidade Federal do Rio de Janeiro JOANA COELI RIBEIRO GARCIA, Universidade Federal da Paraíba MARIA NÉLIDA GONZÁLEZ DE GÓMEZ, Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia [IBICT]
Comunicações:
ANNA THEREZA M. C. DÜRMAIER, Universidade Federal da Paraíba GUILHERME ATAÍDE DIAS, Universidade Federal da Paraíba ISA MARIA FREIRE, Universidade Federal da Paraíba JULIO AFONSO SÁ DE PINHO NETO, Universidade Federal da Paraíba LENA VANIA R. PINHEIRO, Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia [IBICT] PLÁCIDA L.V.A. DA COSTA SANTOS, Universidade Estadual Paulista
A ansiedade de estudantes de todas as regiões do país para saber a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) acaba logo. Isso porque o resultado da avaliação, antes previsto para o dia 5 de fevereiro, será divulgada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) ainda hoje (28). Acesse o resultado do enem aqui.
Em posse da nota, os estudantes poderão saber se possuem nota suficiente para concorrer a vagas em instituições de ensino superior federal ou privado que aderiram ao Enem em substituição aos seus vestibulares. A escolha pela universidade será realizada através do Sistema de Seleção Unificado (Sisu) no site http://sisu.mec.gov.br/. A previsão é que a seleção já possa ser feita a partir de sexta-feira (29).
Cada universidade ou instituição definiu pesos diferentes na utilização das notas do Enem em seus vestibulares. Algumas substituíram totalmente o processo seletivo pelo exame e outras instituições vão usar a nota como integrante do vestibular. Ao todo, 42 universidades federais aderiram à utilização das notas do Exame.
Confira a lista das universidades federais que vão substituir o vestibular tradicional por um novo modelo de seleção por meio do Enem. Região Sudeste
1.Universidade Federal do ABC (UFABC): Adota o Enem como fase única e para o preenchimento de vagas remanescentes.
2.Universidade Federal de São Paulo (Unifesp): Todos os cursos adotam o Enem pelo menos como primeira fase e para o preenchimento de vagas remanescentes.
3.Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM): O Enem será utilizado como fase única para preencher 50% das vagas do processo seletivo, além das vagas remanescentes.
4.Universidade Federal de Viçosa (UFV): O Enem vai compor 50% da nota do vestibular e será adotado como critério para preencher as vagas remanescentes.
5.Universidade Federal Fluminense (UFF): O Enem será utilizado para compor 50% da nota da primeira fase. A nota do exame também servirá como bônus de 10% a 15% para a nota da segunda fase de alunos das redes públicas.
6.Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ): Adota como fase única e para o preenchimento das vagas remanescentes.
7.Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes): Aprovou o uso do Enem como primeira fase.
8.Universidade Federal de Alfenas (Unifal): Adota o Enem como fase única e para preencher vagas remanescentes.
9.Universidade Federal de Itajubá (Unifei): Adota o Enem como primeira fase.
10.Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF): O aluno poderá optar entre usar a nota do Enem na primeira fase ou fazer o vestibular tradicional.
11.Universidade Federal de Lavras (UFLA): O Enem será utilizado como fase única.
12.Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop): Já em 2009 vai adotar o Enem como primeira fase do vestibular.
13.Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ): De 10% a 25% das vagas serão preenchidas pelo Enem, como fase única. O exame também será utlizado para preenchimento de vagas remanescentes.
14.Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio): Adota o Enem como fase única e para preencher vagas remanescentes.
15.Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ): Adota o Enem como primeira fase.
16.Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM): Vai utilizar o Enem para compor 50% da nota da prova de conhecimentos gerais e para preencher vagas remanescentes primeira fase do vestibular.
17.Universidade Federal de Uberlândia (UFU): O Enem substituirá a primeira fase do vestibular.
Região Sul
18.Universidade Federal do Rio Grande (Furg): O Enem vai compor 50% da nota do vestibular. Também será utilizado para preenchimento de vagas remanescentes.
19.Universidade Federal de Pelotas (UFPel): Adota o Enem em fase única e para as vagas remanescentes.
20.Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC): O Enem vai compor 20% da nota do candidato. O aluno poderá optar por utilizar ou não a nota do exame no processo seletivo.
21.Universidade Federal do Paraná (UFPR): A nota do processo seletivo será composta pela combinação do resultado do Enem (10%) e do vestibular tradicional (90%).
22.Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR): Adota o Enem em fase única.
23.Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA): Adota o Enem como fase única e para o preenchimento de vagas remanescentes.
24.Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS): A nota do Enem poderá ser considerada no resultado do vestibular. O aluno decidirá se o desempenho no Enem deve ser levado em conta ou não.
Região Nordeste
25.Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf): Adota o Enem como fase única e para vagas remanescentes.
26.Universidade Federal da Bahia (UFBA): Adota como fase única para os cursos da modalidade bacharelado interdisciplinar e o curso superior de tecnologia.
27.Universidade Federal de Sergipe (UFS): Vai utilizar o novo Enem para preenchimento de vagas remanescentes.
28.Universidade Federal do Maranhão (UFMA): Adota o Enem como fase única e para vagas remanescentes.
29.Universidade Federal do Piauí (UFPI): Adota como fase única para 50% das vagas e para preencher vagas remanescentes.
30.Universidade Federal de Pernambuco (UFPE): Adota o Enem como primeira fase.
31.Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE): Adota o Enem em fase única e para preenchimento de vagas remanescentes.
32.Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa): Adota o Enem em fase única e para o preenchimento de vagas remanescentes a partir de 2009.
33.Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB): O novo Enem será utilizado como fase única para 70% das vagas ofertadas e na composição da nota do aluno para os 30% de vagas restantes. As vagas remanescentes também serão preenchidas pelo Enem.
34.Universidade Federal de Campina Grande (UFCG): Utilizará o novo Enem para preenchimento de vagas remanescentes.
35.Universidade Federal de Alagoas (Ufal): Em 2009 vai usar o novo Enem para preencher vagas remanescentes. A partir de 2011, o exame vai substituir o vestibular.
Região Centro-Oeste
36.Universidade Federal de Goiás (UFG): Utilizará 40% da nota do Enem na primeira fase do vestibular. O exame também será usado para preencher vagas remanescentes.
37.Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT): Utilizará o Enem para seleção em fase única e para preencher vagas remanescentes.
38.Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS): Adota o Enem como primeira fase e para o preenchimento de vagas remanescentes.
39.Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD): Adota o Enem apenas para o preenchimento de vagas remanescentes. A partir de 2011, o exame será utilizado como fase única para preencher um percentual específico das vagas, ainda a ser definido.
Região Norte
40.Universidade Federal do Amazonas (Ufam): A nota do Enem será usada como fase única para preencher 50% das vagas. O exame também será utilizado para o preenchimento de vagas remanescentes.
41.Universidade Federal do Acre (Ufac): Utilizará o Enem a partir de 2009 para preencher as vagas remanescentes.
42.Universidade Federal do Tocantins (UFT): Utilizará o exame como fase única para preencher 25% das vagas, além das remanescentes.
43.Universidade Federal de Rondônia (Unir): A nota do Enem será usada como fase única para preencher 10% das vagas.
Por Fábio Bandeira de Mello - www.administradores.com.br
O Alexandre abordou um dos temas mais desafiantes do universo digital: o ‘acordo Google Books’ (Google Books Settlement). O assunto é intrincado por vários motivos, a começar pela complexidade do acordo em si. Mas difícil mesmo é avaliar o mérito da questão, pois o mencionado acerto entre o Google e a Author’s Guild viabiliza o desembaraço jurídico que garante a imediata disponibilização na rede de todas as obras órfãs, que são aquelas que continuam sujeitas ao regime de proteção autoral mas que seus titulares não são localizáveis. Estamos falando da possibilidade de livre acesso a 75% do conteúdo que está sendo ou será digitalizado nas bibliotecas de todo o mundo — o chamado ‘buraco negro do século 20′.
Jamie Boyle, o pai da ecologia digital, conta que em um tempo distante… tínhamos 3 situações. O tempo de proteção das obras era curto, o registro para proteção da obra tinha que ser renovado (o que a maioria não fazia), e o tal registro nem chegava a existir a não ser que fosse solicitado. Hoje tudo é bem diferente. Os períodos de proteção automática a direitos autorais podem durar mais de 100 anos. O resultado? As grandes bibliotecas do mundo estão abarrotadas de livros que: (1) ainda estão protegidos, (2) estão comercialmente indisponíveis e, na maioria dos casos, (3) são obras órfãs sem qualquer detentor de direitos com quem negociar.
Por um lado, o fato de uma ação de classe (class action) entre duas pessoas jurídicas, no caso, entre uma empresa de tecnologia (o Google) e uma espécie de sindicato de escritores (a Author’s Guild), ambos baseados nos EUA, estabelecer os termos que definem o acesso à parte tão relevante da produção global de cultura e conhecimento causa estranheza e preocupação. Questões sérias de privacidade, o risco do monopólio, e a ausência de qualquer perspectiva de fiscalização ou normatização pública sobre o serviço de busca e disponibilização dos conteúdos torna o cenário extremamente preocupante.
Por outro lado, é bem difícil ser contra um arranjo que pode, de repente, fazer ressurgir este respositório monumental de conhecimento e cultura, tudo indexado por palavra, ao alcance de um click. Trata-se de uma vitória da civilização, da democratização do acesso à cultura. Todo e qualquer cidadão teria a possibilidade de não apenas encontrar obras cuja existência desconhecia, mas de também descobrir em quais bibliotecas a obra está disponível ou acessá-las diretamente de forma remota.
O @Pesserl explica que nos termos do acordo, 20% de qualquer trabalho cujo titular não eleja estar fora do arranjo (opt-out) estará disponível gratuitamente; o acesso completo poderá ser adquirido. O acordo demanda ainda a criação de um órgão de registro, o Books Rights Registry, a ser operado por uma organização não governamental formada por membros das editoras e representantes dos autores.
O arranjo dá aos autores um local para identificar-se e receber pagamentos pelo uso dos livros feito pelo Google, incluindo uma parcela da renda das vendas e da publicidade. Isso é benéfico tanto para autores de livros hoje “órfãos” quanto para aqueles que querem utilizá-los: providencia um modo dos autores “desorfanarem” suas obras e um modo para os usuários localizarem tais titulares previamente desconhecidos para obtenção das licenças para uso de tais obras.
Em outra perspectiva, o uso criativo das novas potencialidades de pesquisa pode permitir novas descobertas acadêmicas. O benefício marginal será maior para pesquisadores sem acesso direto às grandes bibliotecas ou que não moram em grandes cidades, permitindo uma geração direta de maior conhecimento pela maior circulação da informação.
Para os editores, trata-se da criação de um novo mercado com potencial ainda difícil de quantificar. Mas o posicionamento central e excessivamente dominante do Google no arranjo segue sendo algo incômodo para os demais atores do processo.
Neste ponto o Alexandre coloca bem a questão: Porque é que foi necessário ‘um acordo entre entidades privadas diretamente interessadas – de um lado, o gigante de buscas, de outro representantes de uma indústria em rápida transição – para cortar o nó górdio deste gigantesco patrimônio cultural que estava se perdendo?’
O acordo ‘Google Books’ representa, de fato, oportunidade para uma ampla reflexão sobre o papel do estado, e sobre a eficácia do modo tradicional de se fazer política pública nesta fase do capitalismo pós-industrial, globalizado e conectado.
“O estado, que deveria ser o principal interessado na manutenção dos commons, os “baldios” compreendidos no patrimônio cultural comum que é a matéria-prima do saber e do conhecimento, quedou-se inerte, presa do discurso maximalista de proteção” A Biblioteca total: Google Book Search e obras órfãs – Alexandre Pesserl e Marciele Bernardes
No decorrer do processo, a movimentação do Google no setor levantou a ira de alguns críticos influentes, e neste momento o acordo está sob análise no Departamento de Justiça americano. O Google se defende dizendo que não pode ser acusado de ter o monopólio sobre um mercado (o das obras órfãs) que ainda não existe. Aproveita ainda para cutucar o estado, afirmando que todos os problemas estariam resolvidos se tivéssemos uma lei autoral racional, que provesse as garantias necessárias para o uso comercial das obras órfãs.
Recentemente a Open Book Alliance, em uma carta ao congresso americano, manifestou esperança de que o DOJ irá bloquear o acordo, e indicou a necessidade de um processo de discussão aberto com os legisladores, enfatizando a importância de um ‘Guardião Público’ para o banco de dados. Também instou o Google a interromper o projeto, e se juntar na formulação de um esforço colaborativo com os demais atores do setor para a digitalização dos acervos.
Para o buraco negro do século 20, realmente existem algumas soluções alternativas possíveis. Mas.. e se os críticos do acordo vencerem, e continuarmos neste impasse? Não está na hora de consertar a nossa lei autoral para que este tipo de questão deixe de acontecer?
O Prof. Boyle, em um comentário recente, concluiu que se não somos capazes enquanto sociedade de operar a urgente e necessária reforma em nossos marcos regulatórios de direito autoral, então é melhor permitir que o Google opere o ‘plano b’. Afinal, tal cenário é infinitamente melhor do que permanecer no buraco negro do século 20.