'Vendo o filme, até me acho meio parecido com Lula', diz Rui Ricardo Diaz; ator disputou vaga de figurante antes de ser escolhido para papel principal
Fonte: G1
“Assistindo aos documentários sobre a fase sindicalista e vendo fotos antigas, percebi que o presidente conservou aquele olhar profundo, os olhos que parecem estar sempre marejados. E esse foi meu ponto de partida para tentar me parecer fisicamente com ele”, explica o ator. “Quando fui convidado para fazer o papel, fiquei me perguntando porque diabos me escolheram, não tenho nada a ver com o Lula! Mas sabe que agora, vendo o filme, até me acho meio parecido com ele?”.
Mineiro da cidadezinha de Santa Maria do Suaçuí, o ator de 31 anos é desconhecido do grande público, mas tem uma trajetória no teatro paulistano. Há 15 anos vem fazendo pequenos personagens e só há pouquíssimo tempo começou a mandar seu currículo para papéis no cinema.
Tanto que os planos para “Lula, o filho do Brasil” eram modestos. Inicialmente, Diaz fez testes para ser um sindicalista e um enfermeiro, ambos figurantes do longa. Nessa etapa, o protagonista já havia sido escolhido: seria o ator Tay Lopes quem faria o papel do presidente.
Algumas semanas depois, Lopes anunciou seu desligamento da produção para tratar de problemas de saúde. E quando Diaz já nem esperava mais estar no elenco, veio o convite para substituir o colega no papel principal.
“O Barreto viu meus testes e perguntou se poderia fazer algumas cenas com os outros atores. Foi uma surpresa enorme!”, conta. “Foram duas semanas de testes, contracenando com a Glória, a Cléo, a Juliana... Acho que a cena de um dos primeiros discursos do Lula foi a que definiu minha aprovação”, acredita Diaz, que interpreta Lula a partir dos 18 anos.
Voto secreto
Em função das pesquisas sobre a vida do presidente, o ator revela que se tornou ainda mais admirador de Lula. “É um grande líder do nosso país, merece ter sua história contada no cinema. Aliás, há outros políticos que poderiam inspirar filmes”, opina o ator, sem dar exemplos. “Nos Estados Unidos é supercomum esse tipo de tema parar em Hollywood e aqui a coisa virou polêmica.”
A “polêmica” a que o ator se refere foi a crítica que “Lula, o filho do Brasil” recebeu por ser lançado em pleno ano de eleições. “Não acredito que o filme tenha caráter eleitoreiro. O enfoque é na relação com a família, a luta para vencer e se superar apesar das dificuldades”.
Para Diaz, independente da data chegada ao cinema, o filme não escaparia desse tipo de questionamento. “Se fosse lançado depois das eleições, diriam que ajudaria o Lula numa possível reeleição...”.
Para evitar que a patrulha ideológica aumente, Diaz prefere não responder a pergunta que abriu a entrevista ao G1: “é ou não eleitor do PT?”
“Olha... Prefiro não dizer, até porque o voto é secreto... Vamos falar mais sobre o Lula do filme, que ficou tão bacana?”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário