Parlamentares da Câmara Legislativa do Distrito Federal reuniram-se, nesta segunda-feira, sob o protesto de manifestantes do lado de fora da Assembléia Legislativa Distrital, para eleger os integrantes da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O colegiado foi totalmente reconfigurado. A reunião seguiu pela tarde a portas fechadas, da mesma forma que, por uma questão de segurança, a Casa também permaneceu fechada durante todo o dia ao público.
A grande questão, além de eleger os membros da CCJ, é o retorno do presidente da Casa, Leonardo Prudente (sem partido) que reassumiu a presidência na semana passada. Para o deputado Rogério Ulysses, também citado no escândalo, os trabalhos precisam seguir com transparência e pode não ter sido a melhor opção de Prudente retomar as atividades com a imagem arranhada.
– Todos nós temos a oportunidade, o direito à ampla defesa. É preciso um procedimento ágil e transparente. Para o Leonardo Prudente é complicado conduzir os trabalhos, não necessariamente pelo nome envolvido, mas pelo clima que cerca a Casa. O ideal seria manter-se afastado e eleger um novo presidente – disse Ulysses.
Dúvidas
O deputado distrital Raimundo Ribeiro (PSDB), corregedor da Câmara Legislativa do Distrito Federal, tem dúvidas quanto ao prazo de dez dias que teria para apresentar o parecer sobre a situação dos nove deputados envolvidos no esquema de corrupção no governo do DF. Ele recebeu o pedido da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Segundo ele, há dúvidas se o prazo começaria a contar a partir desta segunda-feira, junto com a autoconvocação, ou se valeria a partir de 1º de fevereiro, quando começariam os trabalhos no período normal de funcionamento da Casa.
O deputado afirmou que vai consultar os assessores e o regimento interno da Casa para saber realmente quantos dias tem para elaborar o relatório e eventualmente sugerir penalidades aos parlamentares.
Sem imprensa
Além dos manifestantes, os seguranças da Câmara Legislativa do Distrito Federal impediram também que a imprensa tivesse acesso à sala da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde foram eleitos os deputados distritais responsáveis pela primeira análise da regularidade dos três pedidos de impeachment contra o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. Os jornalistas foram retirados pelos seguranças do corredor da comissão, onde esperavam pelo início da reunião.
A Câmara Legislativa retomou parte das suas atividades após a aprovação por parte dos parlamentares, em dezembro, de uma auto-convocação para instalar comissão especial que irá analisar os pedidos de impeachment do governador, além da CPI que vai investigar o suposto esquema de corrupção. A investigação chegará à gestão de Joaquim Roriz (PSC), ex-aliado e agora rival político de Arruda. A comissão de investigação deverá durar 180 dias. A CPI, porém, deverá ser dominada por aliados do governador, pois entre os cinco integrantes, pelo menos quatro apoiam o governador.
Fonte: http://www.correiodobrasil.com.br/noticia.asp?c=162246
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