Não dominar outros idiomas é um dos maiores obstáculos para trabalhadores que lidam com turista estrangeiro
Sidnei Matos
“Se a gente não tiver lábia pra conversar com eles, a gente não vende”. A fala é do ambulante Gilvan Batista. Com 24 anos, cinco de labuta na praia e apenas a 6ª série, ele tentava, ontem, vender colares para o americano David Heitholt na Barra.
Entre mímicas e sotaques, o gringo, que está conhecendo o Brasil pela primeira vez, acabou levando, além do adereço, um amigo. Mas a comunicação não foi fácil. “Receber o troco é o mais difícil para nós aqui”, desabafou o turista (não necessariamente nessa ordem).
A situação é emblemática para o presidente do Sindicato dos Hotéis, Bares e Restaurantes, Sílvio Pessoa, que vem cobrando maior excelência no serviço prestado ao turista. O microempresário lembra que se a Copa do Mundo começasse hoje, o idioma seria o maior entrave para a qualidade do atendimento, como é para os milhares de estrangeiros que chegam à Bahia neste verão.
A necessidade de dominar idiomas como o francês (nacionalidade que, depois da americana, foi a que mais procurou a Bahia em 2008) está, hoje, entre as demandas fundamentais, junto à necessidade de modernização da rede hoteleira e qualificação de profissionais e empresários que atuam no atendi mento ao turista. “Além do inglês e do espanhol, faltam pessoas falando mais idiomas.
Nós hoje temos profissionais qualificados, mas precisamos aumentar esse número”, ressalta Pessoa.
A carência na área é confirmada pela superintendente de serviços da Secretaria de Turismo (Setur), Cássia Magalhães, que anuncia investimentos.
“Temos defasagem na questão do idioma, mas a Setur está desenvolvendo um grande programa com vários projetos de qualificação em andamento”, anuncia.
Projetos Cássia Magalhães lembra que, além do Olá, turista!, projeto do Ministério do Turismo (Mtur) em parceria com a Fundação Roberto Marinho, que ensina inglês e espanhol para profissionais que atuarão na Copa de 2014, está em andamento também em Salvador o Projeto Verão, da própria Setur, que oferece curso de inglês instrumental para taxistas e policiais.
O paulista Dionísio Germimari, 66, na Praia da Barra, reclamou da disputa por clientes entre barraqueiros.
“A prefeitura devia intervir”.
No Pelô, a francesa Celine Rsgirele, 39, ressalta a violência e assédio dos vendedores.
“Alguns visam demais o turista e falta paciência”.
Para o coordenador da carteira de economia criativa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Richard Alves, o que falta ainda é o compromisso do empresário com a qualificação de seus funcionários.
“Falta é o empresário entender que, orientando e treinando seu pessoal, gerará melhores resultados para o negócio”, ensina Alves
Fonte: Agência Sebrae de Notícias
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